Nota Oficial da Indústria de Reparação
O Sindirepa acompanha com atenção e cautela as discussões em torno do modelo de gestão de frotas na esfera pública, em específico o realizado para atender a polícia civil do Estado do Rio de Janeiro. Reconhecemos a importância de iniciativas que busquem maior eficiência, transparência e racionalização dos custos para o Estado, mas entendemos que qualquer alteração nesse formato deve ser amplamente debatida, considerando os impactos econômicos, sociais e setoriais que podem decorrer dessa implementação.
Já o modelo que está sendo proposto no edital da Polícia Civil preocupa ainda mais, pois além de se distanciar da experiência bem-sucedida da PMERJ, traz à tona práticas do passado recente, como a utilização de peças adquiridas em plataformas abertas, muitas vezes sem origem comprovada ou com procedência duvidosa. Esse tipo de mecanismo representa um risco à segurança da frota, compromete a qualidade dos serviços e fragiliza toda a cadeia produtiva, impactando desde a indústria de autopeças até as oficinas de reparação.
Para o setor de reparação automotiva, que reúne milhares de micro, pequenas e médias empresas no Rio de Janeiro, mudanças dessa natureza podem gerar efeitos relevantes na dinâmica de prestação de serviços, na geração de empregos e na sustentabilidade das empresas. Além disso, a indústria fabricante de peças será de forma similar impacientada. Por isso, defendemos que tais medidas sejam conduzidas de forma responsável, com diálogo permanente entre governo, entidades representativas e a sociedade civil.
“O modelo proposto no edital da Polícia Civil nos preocupa profundamente, pois pode resgatar práticas do passado, com a utilização de peças sem origem ou de procedência duvidosa. Além disso, prevê taxas que se assemelham à agiotagem para a prestação de serviços e antecipação de recebíveis com percentuais abusivos, que chegam a ser triplicados pelas empresas de gestão, penalizando de forma proposital o empresário. Esse formato representa risco à segurança da frota e ameaça toda a cadeia produtiva, da indústria de autopeças às oficinas de reparação. Precisamos de soluções que tragam transparência e qualidade, como o modelo desenvolvido junto à PMERJ.” – Celso Mattos, presidente do Sindirepa
Neste momento, o Sindirepa aguarda um posicionamento oficial da Firjan, cuja análise institucional será fundamental para orientar a atuação do setor e a definição de eventuais medidas de acompanhamento ou proposição.
O Sindirepa reafirma seu compromisso de representar os interesses das oficinas e de contribuir para a construção de soluções equilibradas, que garantam eficiência à gestão pública sem comprometer a competitividade e o desenvolvimento das empresas que atuam na reparação automotiva.