Seguradoras de veículos são alvos de CPI no Rio Grande do Sul
SEGURADORAS DE VEÍCULOS SÃO ALVOS DE CPI NO RIO GRANDE DO SUL
O deputado Tiago Simon (MDB) produz o relatório da CPI que será encaminhado ao Ministério Público. “Mais graves são esses reparos em itens de segurança e a substituição de peças que causam risco de vida ao consumidor. Quem impõe as condições? As seguradoras. Então elas são responsáveis? É o que tudo indica”, afirma.
Proprietário de uma oficina mecânica de Caxias do Sul, na Serra, o empresário Márcio Palandi denunciou na CPI a ação dos avaliadores que prestam serviços para as companhias e analisam os veículos que vão para conserto. “As seguradoras estão retaliando as oficinas por não aceitarem as condições dela. Não aceitamos colocar peças não genuínas. Às vezes eles querem que recuperemos peças antes de serem trocadas, eles querem às vezes recuperar rodas, que é uma coisa que não se faz”, afirma.
A CPI reúne fotos de peças que deveriam ser substituídas, mas o orçamento aprovado pelas seguradoras determinou que elas fossem apenas reparadas. Uma delas mostra um carro que teve um abalo na longarina, um componente que ajuda a abrir o airbag. O documento mostra que a peça foi consertada por R$ 600.
Palandi avisa que se a longarina danificada não for trocada, os ocupantes dos bancos dianteiros correm risco. “Se ela for uma peça consertada, não faz o papel dela, que é encolher pra abrir o airbag e proteger os passageiros do veículo”, afirma.
De acordo com peritos que auxiliam a CPI, uma peça chamada chicote, principal componente da parte elétrica do carro, não poderia ser consertada. No entanto, o orçamento em poder da comissão atesta que foi feito um reparo que custou R$ 400. A peça nova sairia por mais de R$ 2,8 mil.
Proprietário de outra oficina, Celso Bartmann Oliveira afirma que os orçamentos entregues para os donos dos veículos são maquiados. “Eles pedem pra soldar uma roda. Ao invés de botar ‘solda de roda’ no orçamento, vai vir como ‘embelezamento de roda’. Então, só que a fundo, a roda vai ser soldada, e não embelezada. ‘Embelezada’ seria dar pintura para arranhãozinho leve”, explica.
Rodas não devem ser soldadas, segundo o administrador. “Ela tem que ser trocada, substituída”, afirma.