Presidente do BNDES fala sobre futuro pós-Covid em evento on-line da Firjan

presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou nesta quarta-feira (10/06), durante encontro on-line da série “Diálogos“, promovida pela Casa Firjan, que “a agenda econômica do país é voltada para reduzir o custo Brasil”.

“No aspecto macroeconômico, nunca estivemos tão competitivos, graças à queda da taxa de juros e o Real não mais suscetível à especulação. Com uma reforma microeconômica bem feita, o que é a prioridade desse segundo ciclo do governo, vamos ganhar bastante combustível e a Covid não mudará isso”, ressaltou Montezano. Em sua opinião, o país “já estava no caminho para alçar voo” e “a Covid-19 altera apenas o patamar de partida, agora mais baixo”.

O evento debateu os efeitos da Covid-19 na redistribuição das cadeias globais de valor. Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, refletiu sobre os caminhos futuros no cenário mundial pós-pandemia. “Cabe a reflexão se um dos impactos políticos e econômicos dessa pandemia não será um maior fechamento dos Estados, não no sentido político, mas do ponto de vista do interesse das empresas. Será que um mercado do tamanho do Brasil seguirá dependente de suprimentos de países mais distantes, sob o risco dos materiais não chegarem aqui? Ou vamos nos adaptar a uma nova realidade? Essa é uma discussão muito importante, não apenas para as empresas, mas para toda a sociedade brasileira”, frisou.

Rodrigo Santiago, presidente do Conselho Empresarial de Economia da Firjan, reforçou a importância de prosseguir com a pauta de reformas estruturais para reduzir o custo Brasil e melhorar a competitividade. “A indústria, certamente, não pode depender de apenas um mercado, o que ficou muito claro no setor de saúde. Acredito, sim, que teremos uma acentuação dessa diversificação. Ao mesmo tempo, não podemos cair nas facilidades das distorções de mercado que não são sustentáveis. O mais importante é nos integrarmos cada vez mais nas cadeias globais de valor, o que demanda que continuemos avançando nas reformas necessárias para a competitividade do país”, analisou ele, que também preside o Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha do Estado do Rio de Janeiro (Sindborj) e é diretor da Michelin.

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