Veículos elétricos podem não ter um futuro monopólio no transporte de baixa poluição se a Espanha for usada como parâmetro. Como exemplo, a distribuidora de eletricidade Naturgy Energy Group desfruta de crescimento de “dois dígitos” com o abastecimento de veículos comerciais que rodam com GNV (gás natural veicular), segundo o CEO Francisco Reynes.
Enquanto a Tesla e a Nissan ganham manchetes com os carros elétricos que produzem, são as frotas comerciais que gerenciam de tudo, de vans de entrega a navios de cruzeiro, que estão recorrendo ao gás como combustível pouco poluente. Embora o mercado seja pequeno, respondendo por menos de 5% do negócio comercial da Naturgy, ele está se expandindo rapidamente e continuará a crescer enquanto os políticos exigirem emissões menores do setor, disse o executivo.
“Está crescendo bastante rapidamente”, disse Reynes, em entrevista, no escritório da Bloomberg em Londres. “Está crescendo mais rapidamente no que diz respeito às grandes frotas e à instalação de equipamentos próprios em casa.”
Durante décadas, algumas empresas modificaram motores tradicionais de carros e caminhões para que funcionassem com gás natural. O explorador de petróleo do Texas T. Boone Pickens promoveu a tecnologia, também defendida por Marco Alvera, CEO da operadora italiana de oleodutos Snam.
O gás natural funciona como combustível para motores e é mais limpo do que a gasolina — ou do que o carvão, que fornece cerca de 40% da eletricidade do mundo. Embora estudos tenham apontado que os carros elétricos são mais limpos do que os que usam gasolina, a maioria dos pesquisadores ignorou o gás natural.
Reynes disse que existem poucas alternativas além do gás natural para as grandes frotas comerciais, que não podem esperar que a tecnologia das baterias melhore o suficiente para fazer funcionar os veículos mais pesados. Além de vans e caminhões leves, a Naturgy também está registrando uma demanda crescente por gás natural em embarcações, especialmente barcos de pesca que operam ao largo da costa da Galícia, no norte da Espanha.
Os veículos usam gás natural, que é armazenado a uma pressão de 200 bars em um tanque cilíndrico especial, o que dá uma autonomia de cerca de 1.000 quilômetros, segundo a Naturgy. Isso o torna adequado para o transporte de longa distância e para uso intensivo. Reynes acredita que os carros elétricos ganham as manchetes por serem novos e que os veículos movidos a gás natural são ignorados porque vêm ganhando terreno silenciosamente há anos.
Adicionado a matéria, segundo Celso Mattos “O GNV é sem dúvida o combustível do Brasil, temos que levantar essa bandeira, certamente lutaremos e aumentaremos a frota de GNV”