Empresários debatem política de diversidade
Estratégias para aumentar a diversidade empresarial tem sido são cada vez mais valorizadas pelas empresas como valor competitivo. Isso porque equipes estruturadas a partir de um olhar que privilegie a equidade de gênero e a igualdade racial são vistas como ativos valiosos, por permitirem a tomada de decisões baseadas em diferentes perspectivas, além de um olhar inovador.
A visão da White Martins sobre o tema foi apresentada pela gerente de Comunicação e Sustentabilidade, Carolina Werneck, ao Conselho de Responsabilidade Social do Sistema FIRJAN. Desde 1975 esta pauta é debatida pela empresa e em 2009 foi criada a política de diversidade e inclusão, que tem sido aperfeiçoada e inserida como estratégia de negócio ao longo dos anos.
Uma atualização importante se deu em 2011, com o lançamento do Plano de Ação de Diversidade, que prioriza a igualdade de oportunidades e valorização de talentos. Como resultado dessa estratégia, a White Martins conta com 32% de afrodescendentes e 22% de mulheres em seus quadros executivo e operacional.
Carolina destacou que a meta da empresa é refletir em seu quadro de colaboradores a realidade da sociedade brasileira, que resulta de uma diversidade étnica: “O compromisso com essa causa envolve desde o operário até a presidência da empresa. Estamos fazendo a nossa parte com ações afirmativas para tentar diminuir preconceitos e gargalos sociais”.
Os três pontos focais da estratégia são na atração, retenção e desenvolvimento dos colaboradores. A garantia de diversidade de gênero em todos os processos seletivos, a parceria com consultorias especializadas para atração de talentos afrodescendentes, bolsas de inglês para jovens negros e um plano de desenvolvimento e banco de talentos com foco em mulheres e afrodescendentes são algumas das ações da White Martins.
Conselho de Responsabilidade Social debateu a equidade de gênero e a igualdade racial como ativos valiosos para as empresas | Foto: Vinicius Magalhães
“Investimos também no treinamento da alta liderança focado nos conceitos de diversidade e inclusão para quebrar preconceitos. Também temos uma comunicação regular e consistente voltada para a conscientização”, afirmou a gerente.
Para o Plano Estratégico 2016-2020, a companhia tem como objetivo continuar a aumentar a porcentagem de mulheres em posições de liderança, trabalhar na inclusão de LGBTs, com abordagem sob o ponto de vista dos direitos humanos, focar o recrutamento, o mapeamento e o desenvolvimento de talentos afro-brasileiros e manter esforços para cumprir a Lei de Cotas para pessoas com deficiência.
Fomentando o debate sobre temas estratégicos para as indústrias do estado do Rio, o Sistema FIRJAN promoverá, no dia 18 de julho, em sua sede, o seminário “Gestão da Diversidade: Perspectiva sobre equidade racial como valor para o negócio”. A Federação entende que as empresas podem contribuir para a construção de um ambiente corporativo mais diverso e igualitário.
“É importante apresentar práticas que possam servir de modelo para outras empresas. Sabemos que nem sempre é fácil mudar uma política interna, mas é preciso mobilizar os gestores quanto à necessidade de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho”, afirmou Luiz Césio Caetano, presidente do Conselho de Responsabilidade Social.
Acompanhamento Legislativo
Durante a reunião, Gisela Gadelha, gerente-geral Jurídica da FIRJAN, atualizou os conselheiros sobre a agenda de interesse dos empresários pautada nas temáticas da Diversidade, Compliance e Fundo para Infância e Adolescência. Aproveitou a ocasião para também informar sobre a reforma trabalhista, rejeitada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, na última terça-feira, 20.
“Consideramos esse resultado um retrocesso. Seguimos acompanhando a tramitação e estamos trabalhando para que o ponto de vista dos empresários seja valorizado”, informou Gisela.
O Conselho aconteceu em 22 de junho, na sede da Federação.