Destino de bateria de carros elétricos será desafio do setor

À medida que os carros elétricos se aproximam mais e mais de uma presença regular no mercado, empresas estão se preparando para tratar de uma grande questão ambiental: o que fazer com suas baterias de lítio-íon quando elas se esgotarem?

Os milhões de pequenas baterias de lítio-íon usadas em toda espécie de produto, de smartphones a escovas de dente eletrônicas, já consomem grande volume de recursos -cerca de US$ 2 bilhões em metais e minerais apenas em 2015, de acordo com a consultoria Roskill.

Quase todos esses componentes terminam em depósitos de lixo ou como parte de aparelhos que as pessoas deixam de usar, mas ainda guardam em suas casas.

As baterias usadas em carros elétricos são muito maiores, duram entre oito e dez anos e responderão por 90% do mercado de baterias de lítio-íon em 2025, estima a Roskill, o que quadruplicará a demanda por lítio e mais que duplicará a demanda por cobalto -duas das matérias-primas essenciais para elas.

O preço do cobalto já subiu em mais de 80% neste ano.

No entanto, embora a reciclagem das baterias de lítio-íon de pequeno porte não seja uma prática generalizada, algumas empresas esperam que as coisas mudem no caso dos carros elétricos, e esperam lucrar com isso.

Um problema é que as baterias dos carros elétricos empregam diversos processos químicos, o que dificulta criar um processo padronizado de reciclagem. “Cada um emprega uma formulação própria”, disse Linda Gaines, analista do governo americano. “As baterias chumbo-ácidas são muito mais simples.”

A americana OnTo Technology quer contornar esse problema ao usar baterias expiradas para produzir materiais para eletrodos que poderão ser usados na fabricação de baterias novas, em lugar de decompor as baterias usadas e extrair seus componentes individuais.

“Em 2025, esse certamente será um setor robusto”, disse Steve Sloop, fundador da empresa. “Daqui até 2020, vamos aprender sobre como colocar isso em prática.”

As montadoras também estão pensando na reciclagem.

Elon Musk, fundador da Tesla Motors, tuitou em julho que a Gigafactory, a unidade de produção de baterias de sua empresa, em Nevada, seria “plenamente acionada por energia limpa, quando completa e incluirá reciclagem de baterias”.

A China e a União Europeia já adotaram regras que tornam os fabricantes de automóveis responsáveis pela reciclagem de suas baterias.

Ainda assim, resta a questão de determinar se o setor estará disposto a usar materiais reciclados, disse Gaines. Fabricantes de pneus continuam relutantes em usar borracha reciclada, acrescentou.

Fonte: Folha de S. Paulo

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