Atuação articulada amplia oferta de soluções às indústrias e estimula o associativismo, diz presidente da FIEB


Publicada em 13/6/2016 pela Agência CNI de Notícias. Por Ariadne Sakkis.

À frente da Federação de Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) desde 2014, o empresário Ricardo Alban acredita que o momento econômico e político do país exige das federações e dos sindicatos empresariais uma atuação cada vez mais consistente e integrada. Por isso mesmo, a FIEB foi uma das candidatas escolhidas para executar o projeto-piloto do Modelo de Atuação Articulada entre as áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria, que vai aprimorar e dinamizar a atuação junto às empresas.

Sob sua gestão, a FIEB abriu as portas para reuniões de pauta livre com entidades representativas.  O objetivo, diz ele, é absorver as principais demandas da indústria para nortear a atuação da instituição que preside. “Assim podemos direcionar as ações do Sistema FIEB de forma a melhor atender as indústrias baianas, por meio de atuação coletiva”, afirma.  Experiente no mundo dos negócios, Alban é sócio-diretor da Fábrica de Biscoitos Tupy, à qual se dedica há 39 anos. Confira abaixo os principais trechos de entrevista concedida ao Portal da Indústria:


Agência CNI de Notícias ? O ano de 2015 foi difícil para a indústria e 2016 provavelmente não será diferente. Como a união entre os empresários, os sindicatos e a FIEB pode contribuir para a superação desse cenário adverso?



Ricardo Alban ?

Qualquer observador percebe que o Brasil vive um momento delicado, com a economia em recessão e fragilizada pelo quadro político. Não há perspectivas de recuperação no curto prazo. Este é um momento de união nacional, para a superação das dificuldades. A FIEB, com o aval dos seus 44 sindicatos filiados, procura fazer sua parte, se posicionando contra o aumento de impostos e em defesa das reformas estruturais, quais sejam a tributária, previdenciária, administrativa, política e trabalhista. Costumo dizer que essas reformas são a base para a competitividade.



Agência CNI de Notícias ? Recentemente o senhor implementou a realização de reuniões periódicas, com pauta aberta, com os dirigentes sindicais. Que tipo de ganhos esse formato de reunião pode trazer para a atuação dos sindicatos e da FIEB?



Ricardo Alban ?

A agenda de reuniões da presidência com as lideranças sindicais é mais um momento de diálogo e que serve também para que possamos ouvir as demandas setoriais. Com os encontros é possível identificar soluções específicas para cada setor e avaliar como o Sistema FIEB pode apoiar cada sindicato na defesa de interesses e no enfrentamento dos principais desafios das indústrias que representa.

Nesses encontros são discutidos temas sugeridos pelos sindicatos. Representantes do SESI, SENAI e IEL aproveitam para tirar dúvidas dos líderes sindicais sobre as principais ações, produtos, serviços e projetos de cada casa. Os presidentes dos sindicatos podem, então, replicar as informações para a base empresarial.

Esse momento também permite direcionar as ações do Sistema FIEB de forma a melhor atender as indústrias baianas, por meio da atuação coletiva. A criação da Câmara Setorial da Construção Civil, demandada pelos sindicatos empresariais da cadeia, é um exemplo. A Câmara foi formada para representar e defender, de maneira conjunta, os interesses do segmento, visando melhorar sua competitividade, fortalecer os sindicatos da área e desenvolver a atividade na Bahia. Representantes de 12 sindicatos empresariais do segmento reúnem-se mensalmente, na sede da FIEB, para discutir questões e soluções em comum.



Agência CNI de Notícias ? Defender um ambiente de negócios favorável à competitividade da indústria é o principal papel dos sindicatos e da FIEB. Um exemplo de ação bem sucedida foi o lançamento, em abril, da Frente Parlamentar da Indústria no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Qual a importância dessa iniciativa?



Ricardo Alban ?

A indústria é o setor dinâmico da economia. Investe em inovação e cria empregos qualificados. No entanto, no Brasil e na Bahia, ela vem perdendo espaço, decrescendo sua participação no PIB. A indústria perde competitividade por conta das mazelas nacionais. Cito a elevada carga tributária, a logística de transportes inadequada, a legislação trabalhista defasada e um sistema educacional que não forma gente capacitada para o mercado de trabalho. A cada dia somos surpreendidos por iniciativas que, na contramão da competitividade, conspiram para piorar o ambiente de negócios.

Entretanto, mesmo nesse cenário surgem boas novidades. A Frente Parlamentar da Indústria, criada por iniciativa de parlamentares baianos e incentivada pela FIEB, é uma boa notícia. Nós colocamos a estrutura da FIEB para subsidiar e acompanhar as ações de seus membros. E estamos atentos para evitar que iniciativas prejudiciais ao setor industrial sejam implementadas, buscando ser proativos e nos antecipar a possíveis alterações na legislação estadual que não contribuam para o desenvolvimento industrial. Não há como a economia de um país ou estado ir bem se a indústria vai mal. Essa é uma lição que os países mais avançados já incorporaram e que nossos dirigentes nem sempre compreendem.


Agência CNI de Notícias ? A FIEB foi uma das escolhidas entre as 14 federações que se candidataram a participar da experiência-piloto de implantação do Modelo de Atuação Articulada entre as Áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria. Qual é a sua expectativa em relação à implantação desse modelo?



Ricardo Alban ?

Na medida em que o Modelo de Atuação Articulada estabelece novos parâmetros para a relação entre sindicatos, área sindical e área de mercado na oferta de soluções para as indústrias, a expectativa é de que a implantação consiga potencializar a abrangência do Sistema Indústria, trazendo benefícios para todos os envolvidos.

A partir do momento em que o Modelo de Atuação Articulada estiver rodando, será possível ampliar a oferta de soluções do Sistema às indústrias e estimular o associativismo, com esforços convergindo em um mesmo sentido, uma vez que as ações e os objetivos das duas áreas são complementares na oferta de produtos e de serviços às empresas.

O Modelo reforça a aproximação entre as áreas sindical e de mercado, que, na Bahia, já existe, mas com a proposta de padronizar os processos desta relação. Além disso, o sindicato amplia seu papel de catalisador de demandas para o Sistema FIEB, para atender melhor aos pleitos individuais a partir da atuação coletiva.

Esta é uma experiência inovadora de integração entre áreas do Sistema Indústria e de apoio aos sindicatos no estímulo ao associativismo, um constante desafio para os sindicatos empresariais.

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