FIRJAN e ABCR se unem para destravar investimentos nas rodovias do estado
O Sistema FIRJAN e a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) trabalharão juntos em busca de uma solução que destrave os investimentos nas rodovias federais concedidas no estado do Rio. Ainda neste mês, as instituições debaterão os pontos convergentes a respeito das emendas necessárias à Medida Provisória 752/2016 (MP das Concessões), editada em dezembro e em tramitação no Congresso Nacional.
“Temos um problema emergencial. Não importa se haverá extensão de prazo das concessões ou aporte de dinheiro público, o importante é que a solução aconteça no curto prazo”, afirmou Mauro Viegas Filho, presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura do Sistema FIRJAN.
Entre as principais preocupações estão a paralisação da duplicação da pista de subida da Serra de Petrópolis (BR-040), que contava com verba do governo federal, e a falta de certeza sobre a duplicação da Serra das Araras (BR-116). Outras rodovias concedidas também precisam hoje de melhorias, em valores acima do previsto na época da assinatura dos contratos.
A importância das obras é reforçada pelo fato de o estado do Rio ser o terceiro do país em extensão de rodovias concedidas, com 1.252 km. No Brasil, 63% da carga circula por meio rodoviário, e no território fluminense esse volume chega a 96%. O atraso nos projetos de duplicação e melhoria das principais rodovias federais no estado pode custar R$4,9 bilhões ao país, de acordo com mapeamento realizado pela FIRJAN.
O tema foi debatido em reunião de trabalho do Conselho de Infraestrutura da Federação, com a presença de César Borges, presidente da ABCR; Jorge Bastos, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); os deputados federais Hugo Leal (PSB/RJ) e Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ); e diretores das concessionárias.
“Temos que conseguir sair dessa situação. Não podemos esperar 2022”, ressaltou Viegas, referindo-se ao contrato da Concer, que administra o trecho Rio-Juiz de Fora da BR-040 e a construção da nova pista de subida da Serra de Petrópolis. A concessão termina em 2021. Caso o governo aguarde uma nova licitação para construir a pista, a obra pode levar mais 14 anos para ficar pronta, gerando custos de R$1,5 bilhão.
“Vivemos uma crise fiscal; não há recurso para investimento público. A nossa saída é a iniciativa privada”, frisou César Borges, que foi ministro dos Transportes no governo Dilma Rousseff.
Jorge Bastos, por sua vez, afirmou que a ANTT é um órgão técnico: “A agência constata a necessidade de investimentos, mas quem toma atitude é o governo”. Ainda segundo ele, o presidente Michel Temer já sinalizou que retomará a obra na Serra de Petrópolis.
Entre os representantes das concessionárias presentes à reunião, estavam Ascendino Mendes, diretor-presidente da CCR Nova Dutra, Odílio Ferrreira, diretor superintendente da Autopista Fluminense e Alberto Lodi, Diretor Superintendente da Ecoponte.
A reunião aconteceu em 12 de janeiro, na sede da FIRJAN.