Rio registra um crime a cada 39 segundos em 2016 e FIRJAN propõe medidas de combate à violência
O estado do Rio registrou 811.854 mil crimes em 2016, média de uma ocorrência a cada 39 segundos. O dado é do estudo do Sistema FIRJAN que aponta propostas para combater a criminalidade no Rio de Janeiro. De acordo com a Federação, a crise econômica do governo do estado e dos municípios contribui diretamente para o agravamento da situação, por conta da redução da presença das forças de segurança pública nas ruas e também das ações de investigação.
O estudo destaca que o estado do Rio se tornou o mais perigoso para o transporte de cargas no país, com 9.862 registros de roubo no ano passado. É a maior incidência deste tipo de crime em 25 anos. O número equivale a 43,7% das ocorrências nacionais e o custo foi de R$ 619 milhões. O crime traz prejuízos para os transportadores, donos de cargas e clientes, além de provocar o desabastecimento formal de produtos e alimentar o comércio ilegal.
O aumento deste tipo de crime está ligado à estratégia de financiamento das facções criminosas, que utilizam o produto roubado para a compra de drogas e armas, financiando o tráfico internacional. Para o Sistema FIRJAN, o processo é facilitado pela fragilidade das fronteiras estaduais e nacionais. No caso estadual, por exemplo, a Federação chama a atenção para o déficit no quadro da Polícia Rodoviária Federal. Em todo o país, faltam 2.716 policiais, ou 21% do que seria necessário, de acordo com a legislação. Já o estado do Rio registra um déficit de 28,3% em relação ao início da década de 2000.
Para combater o avanço da criminalidade, o Sistema FIRJAN defende ações permanentes e não pontuais. A principal delas é a criação de um Cinturão de Segurança Rodoviária Integrada, formado por postos de fiscalização conjunta de órgãos federais e estaduais, localizados em pontos estratégicos das rodovias e portos. Nestes postos poderão funcionar o Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e as secretarias estaduais de Segurança Pública, Fazenda e Saúde.
O estudo propõe que o Cinturão do Rio de Janeiro possua 13 postos, sendo um deles na rodovia Presidente Dutra, em Queluz (SP), próximo à divisa dos estados, por onde circulam 30 mil veículos por dia. Este posto, que serviria de projeto-piloto, teria uma ação integrada dos dois estados, pois liga as duas principais regiões metropolitanas do país. A localização estratégica provocaria uma ruptura no esquema de tráfico de drogas e armas e no contrabando na rota RJ-SP.
Os outros pontos sugeridos para a instalação do cinturão em território fluminense ficam em Paraty, Itaguaí, Seropédica, Duque de Caxias, Magé, Itaboraí, Três Rios, Sapucaia, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana e Campos.
Confira o estudo completo "Avanço da Criminalidade no estado do Rio de Janeiro – Retrato e Propostas para a Segurança Pública".