Negócios: empresários do Sul Fluminense apresentam propostas para âncoras do setor de defesa

Cerca de 50 pequenas e médias empresas do Sul Fluminense apresentaram seus produtos e serviços e tiveram a oportunidade de negociar com oito âncoras nacionais do setor de defesa na manhã desta terça-feira, 13, em Barra Mansa. Além de aproximar a indústria da defesa de potenciais fornecedores da região, os empresários tiveram ainda a oportunidade de aprender como fazer parte do sistema de catalogação de possíveis fornecedores da Organização do Tratado do Norte (OTAN).

Edvaldo de Carvalho, presidente da Representação Regional FIRJAN/CIRJ no Sul Fluminense, ressaltou que o foco da Federação é fomentar os negócios das empresas para que elas gerem lucro. “Temos feito diversas mobilizações junto ao Ministério da Defesa e empresas do Sul Fluminense. Proporcionar essa abertura é incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias. Essa ação vai de encontro com a proposta de implantação do Parque Tecnológico na região, que vai possibilitar empresas de todos os portes a desenvolverem inovação e se tornarem ainda mais competitivas”, disse.

Para o vice-presidente do Metalsul, Jairo Rodrigues da Silva Junior, a sessão foi uma ótima oportunidade de aproximar as empresas da região de âncoras do setor da defesa, segmento que cresce muito no Brasil. “No Sul Fluminense, temos foco nos setores de siderurgia e automotivo, e acredito que estamos abrindo mais um mercado a ser explorado pelas empresas da região. Nosso papel, enquanto sindicato patronal, é representar a classe empresarial e contribuir para que os associados ampliem seus negócios”, ressalta.

Ana Lúcia Araújo Lima, gerente do Sebrae Médio Paraíba, disse que esse é o primeiro movimento junto à indústria da defesa e que a ideia é desenvolver uma agenda estadual. “Representantes da AMAN que participaram do evento informaram, por exemplo, que, por dia, são servidas 12 mil refeições na Academia Militar. Imagina o quanto isso pode somar para os produtores rurais, para os pequenos varejistas de alimentos. Além disso, a indústria da inovação está instalada na indústria de defesa e isso pode ser transferido para a iniciativa privada”, compara.

O Ministério da Defesa foi convidado pelo APL Metalmecânico para aproximar empresas da região do projeto de construção do submarino de propulsão nuclear. “É um momento ímpar em que empresas com potencial tiveram a oportunidade de apresentar os seus produtos e suas tecnologias. Isso é um ganho para o Sul Fluminense, pois significa geração de empregos e nacionalização de vários itens que hoje nós importamos da França”, detalha o almirante Walter da Silva, da Marinha do Brasil.

A PWHT Tratamento Térmico, de Volta Redonda, é um exemplo na região de que é possível fornecer para o setor de defesa. A empresa desenvolveu um equipamento para atender uma necessidade interna e hoje fornece para a Petrobrás, empresas do setor de petróleo e gás e para o Itaguaí Construções Navais (ICN). “O setor da defesa, atualmente, representa 50% da lucratividade da minha empresa. Há uma grande demanda que pode ser atendida pelos produtos ou serviços das empresas daqui, temos que buscar parcerias”, aconselha o empresário Victor Paulo Rodrigues.

Para Edvaldo Passos Bastos, empresário da Copy Printer, também de Volta Redonda, a sessão de negócios foi uma oportunidade muito interessante e inovadora para a região. “Em época de crise econômica, precisamos unir as empresas em prol do desenvolvimento”, frisa.

Organizado pela governança do Arranjo Produtivo Local (APL) Metalmecânico do Médio Paraíba Fluminense – formado por entidades como a FIRJAN, Metalsul, Sebrae e governo do estado do Rio -, a sessão de negócios contou ainda com o apoio da prefeitura de Barra Mansa e da CDL Barra Mansa.

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