Fórum de Segurança e Fomento do GNV
Fórum de Segurança e Fomento do GNV
Sindirepa-RJ tem cadeira em reunião com os principais agentes do setor com o objetivo de reimpulsionar o Programa, a partir de agora com o apoio oficial da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
A tarde de 9 de julho marcou o início da retomada sobre o incentivo ao Programa GNV no Rio de Janeiro, capitaneado pelo Sindcomb através do diretor GNV, Gustavo Sobral de Almeida. O encontro reuniu lideranças da ANP, da distribuidora CEG, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), do Sindicato da Industria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado (Sindirepa-RJ), de fornecedores como MAT e ASPRO, e da ASSINSP-RJ, em torno de uma pauta de sete itens. Cada agente levou responsabilidades em sua área de atuação. E não foram poucas. Vamos à pauta:
· EDUCAÇÃO NO GNV – A ideia é retomar a distribuição de informativos aos clientes e frentistas dos postos de combustíveis, como também nos Organismos de Inspeção, nas convertedoras e no reteste. Gustavo Sobral informou já ter em mãos o material explicativo para distribuição aos consumidores sobre segurança durante o abastecimento e o treinamento dos frentistas.
· O presidente do Sindirepa-RJ, Celso Mattos, anunciou a realização, no mês de agosto, do curso de Qualificação no para GNV 5ª Geração no SENAI, com 140 horas para alunos iniciantes, e com 60 horas para profissionais experientes, com instalação dos cilindros. O Sindcomb solicitou um módulo para frentistas no treinamento de 60 horas. Maria Cristina Silva, gerente de Soluções de Mobilidade da CEG, informou que o CT Gás da Petrobras possui convênio com o Senai. Lembrou que a CEG criou programa de bônus de abastecimento para estímulo ao crescimento da frota. Mas que o desafio está na falta de treinamento do Kit de 5ª geração pelos instaladores. “Em 2014 apenas 12 saíram do curso do CT Gás com certificação. As oficinas não sabem instalar então desestimulam a aquisição do kit de 5a geração. O instalador precisa ser treinado e orientado. Cristina lembrou que existem 174 instaladoras no Rio de Janeiro.
· PRESSÃO DE ABASTECIMENTO –A possibilidade, pelo órgão fiscalizador, de punir os postos que apresentarem pressão de 220 a 260 bar sem implicá-los em ação criminal, mas apenas como dolo eventual, foi um compromisso firmado pelo Superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Francisco Nélson de Castro Neves, pelos assessores Paulo Iunes e Paulo Silva. Para isto, o Sindcomb foi instado a entregar, em dois dias, uma nota técnica a ser apresentada à Procuradoria da ANP contendo as justificativas com base nas normas NBR da ABNT e do Inmetro que comprovem o nível de segurança àquelas pressões.
· RETESTE E LOGÍSTICA REVERSA – A proposta de limitar a vida útil do cilindro GNV em 20 anos de uso com base em norma já existente ganhou apoio unânime. A medida leva em conta a o período de desgaste do cilindro, com uma média de três abastecimentos diários durante 20 anos, e o período médio de vida útil do veículo brasileiro – de 8 anos. A proposta de logística reversa do equipamento será apresentada ao Instituto Jogue Limpo e ao Sindicom. Tudo isso será materializado após a promulgação de uma lei cujo projeto será apresentado pelo Sindcomb e pelo Sindirepa a parlamentares do Estado conhecedores do tema. O presidente da ASSINSP-RJ lembrou que cilindros até mesmo incendiados são reinseridos no mercado, assim como cilindros pertencentes a seguradoras, provenientes de veículos sinistrados. O diretor de Qualidade e Tecnologia da MAT Sistemas, Sérgio Wajnberg, informou que os testes de fabricação são muito mais rigorosos do que no seu reteste. Segundo o especialista, a norma da ABNT que trata das provas de fogo, tiro e ensaio de ciclagem preveem que o ponto limite é de 300 bar com variação positiva ou negativa de 30%. A MAT fornece cilindros desde 1993 e defende norma que determina o prazo de validade de 20, por considerar maior a vulnerabilidade do equipamento após esse período. A outra norma não contempla prazo de validade, explicou Wajnberg, não previa o uso veicular do cilindro de gás natural, por ser anterior.
· FRAUDES NA MEDIÇÃO E CONSEQUÊNCIAS NA SEGURANÇA – Maria Cristina Silva, da CEG, denunciou a existência de peças internas que afetam o controle da medição pela distribuidora, como ímãs e outros equipamentos já detectados. “O GNV exige cuidado adicional que não pode ser neglicenciado”. Reinstalações, segundo a especialista, devem ser muito mais cuidadosas como haver rigor maior na homologação do certificador.
· ACIDENTES – Registros de acidentes, análises e perícias não são feitas em um arquivo nacional que possibilite detectar os principais focos, lamentou Cristina. No entanto, disse o presidente ASSINSP-RJ, evasão de pelo menos 20% da frota GNV no Rio de Janeiro na inspeção anual no Detran foi revertida este ano a partir da ação integrada da Associação com a corregedoria do Detran-RJ. O Presidente do Sindirepa RJ salientou a possibilidade de encaminhar para seguradoras um ofício que proíbais o uso de cilindro de carros sinistrados, via indenização integral ou sinistro de grande monta,
· POLÍTICAS ESTADUAL E FEDERAL DE APOIO AO PROGRAMA – Gustavo Sobral lembrou que as políticas estadual e federal de apoio ao programa foram negligenciadas a partir de 2008, com o redirecionamento do gás natural para a indústria, em detrimento do Programa GNV. O objetivo do grupo, agora, é ressuscitá-lo. Henrique Figueiredo informou que veículos sinistrados com perda total nas seguradoras têm atualmente os seus cilindros leiloados. “O reteste é inaceitável porque não se cumpre o que é estabelecido na norma”, condenou. O Sindcomb anunciou que vai se manifestar, através de uma carta ao Sindirepa RJ com seu apoio ao fim da dupla vistoria de veículos GNV no Detran. Informou, ainda, que vai acionar os parlamentares para apoiarem a criação de lei que limite a vida útil do cilindro GNV com logística reversa por suas fabricantes, com o apoio do Sindirepa-RJ.
· SEMINÁRIO NA ANP EM AGOSTO – O superintendente de Fiscalização do Abastecimento anunciou que realizará no fim do mês de agosto um seminário para redesenhar o Programa de incentivo ao Gás Natural Veicular, com a iminente chegada do insumo oriundo das bacias do pré-sal. Castro Neves orientou o programa GNV a expor nas mídias, como Facebook e Tweeter, as cartilhas nas convertedoras, nos postos etc. “É com satisfação que vejo a disposição da ANP de avançar no Programa GNV, um suplemento a mais, um substituto ao etanol e à gasolina, com perspectiva real de farto suprimento, em função das grandes jazidas do pré-sal. A nossa ideia é realizar seminário de 3 horas, no auditório da ANP, com Inmetro, CEG e demais agentes, para desenvolvermos 2 grupos de ações. Um deles com aspectos regulatórios e de controle; e o outro, de estímulo. A ANP vive um momento positivo, menos intervencionista com aperfeiçoamento das normas de modo a estimular a economia. Papel educativo e de mudança de comportamento, valorização do gás, do que já existe, educação ao atuais consumidores e como usar com mais segurança. Pode haver uma campanha dirigida com uma política de educação que associe ao combustível alternativo, suplementar. A ANP vai preparar um trablho de oferta e demanda”, finalizou Castro Neves.