Nos últimos 7 anos, o Brasil registrou dez explosões de veículos abastecidos com GNV. Este histórico, que reflete o impacto da circulação de veículos que circulavam de forma ilegal, com inspeções vencidas, cilindros requalificados de forma irregular ou substituídos sem nova inspeção – representa menos de 0,002% dos em acidentes de trânsito.

Esse cenário é reflexo de um ambiente de ilegalidade tolerada pela omissão do poder público, onde mais de 60% da frota circula de forma irregular. Em 2022, após três acidentes, as ações de fiscalização aumentaram — mas duraram apenas uma semana. Ainda assim, a resposta imediata da sociedade foi clara: a busca por regularização cresceu mais de 150%, e foram identificados veículos que rodavam há até 10 anos sem qualquer inspeção ou reteste, expostos a falhas críticas.

Com segurança veicular não se brinca e o GNV é confiável para uso geral da população. Carros são máquinas que exigem cuidado e vistorias constantes e, assim como um motorista que excede os limites de velocidade ou dirige alcoolizado, um veículo irregular pode colocar em risco. No caso do acidente mais recente, há fortes indícios de troca de cilindro sem a devida revalidação técnica, configurando mais uma situação grave de irregularidade disfarçada.

Diante desse quadro, o Sindirepa se solidariza com as vítimas e seus familiares, se coloca à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e reafirma seu papel propositivo na defesa da vida, da segurança dos consumidores e no fortalecimento do setor automotivo.

Para isso, reafirmamos a realização nesta quinta-feira, 12 de junho, uma reunião emergencial na sede da Firjan, com a participação de representantes do Procon, Ipem, Inmetro, Detran, Secretaria de Economia do Mar, Secretaria de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Sindicato dos Postos, ANP, Naturgy, entre outras instituições públicas e privadas da cadeia produtiva do GNV.

O Sindirepa não pode e não vai se calar. Temos a responsabilidade de representar um setor essencial para a mobilidade e para a economia do país — e é justamente por isso que precisamos dar voz às suas necessidades, defender seus interesses e agir com transparência e firmeza diante dos desafios.

O momento exige posicionamento. Exige união. Exige responsabilidade. Não seremos omissos. Vamos transformar esse episódio em um ponto de virada para o segmento do GNV no Brasil — com mais fiscalização, mais segurança, mais diálogo e mais responsabilidade compartilhada entre o setor produtivo e o poder público.

Essa é a hora de reafirmar o papel propositivo do Sindirepa na construção de um ambiente mais seguro, legal e confiável para os milhões de brasileiros que confiam no GNV como fonte de renda, economia e sustentabilidade.