Governo Federal segura o aumento da gasolina para depois da eleição
Com o claro desejo na eleição, o presidente Bolsonaro sinalizou para que não haja novos reajustes até a eleição, a decisão da Opep+ de cortar a produção em 2 milhões de bpd e defender o petróleo acima de US$ 90 já bateu na Petrobras, que aproveitava a janela de queda do barril, mas agora volta a enfrentar uma saia justa.
Diretores da estatal receberam ontem uma sinalização do governo para que não haja reajuste de combustíveis até a realização do 2º turno das eleições (dia 30). A investida foi revelada pelo G1 e confirmada pelo Estadão.O medo de Bolsonaro é que a pressão da gasolina possa melar a competitividade da sua candidatura na reta final.
Mas, na avaliação de especialistas, se o barril do petróleo ultrapassar os US$ 100 (ontem fechou em US$ 93,37), a defasagem contra os preços internacionais ficará insustentável e uma nova alta da gasolina e do diesel será inevitável.
Após semanas de paridade com o exterior, os combustíveis voltaram a exibir defasagem nesta 4ªF no Brasil. A gasolina está sendo negociada 8% abaixo da cotação lá fora e o diesel, com o preço 3% inferior, segundo a Abicom.
Em pouco mais de dois meses de gestão no comando da Petrobras, Paes de Andrade já reduziu a gasolina quatro vezes e o diesel, três vezes, baseando-se nos critérios técnicos da política de paridade, que volta a ser posta à prova.