Decisão afasta cilindros importados e impacta o potencial de instalação de kits GNV no mercado
Rio, 4 de agosto de 2021
Com a publicação da Resolução GECEX nº 225, de 23 de julho de 2021, que estabelece prática antidumping para cilindros de GNV fabricados na China pelo período de cinco anos, o mercado consumidor deve observar reflexos no aumento de preços na instalação de kits GNV nos veículos.
A decisão, tomada no âmbito do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia, tem efeito imediato em um momento que entidades representativas apontavam para a escassez de cilindros no Brasil. A resolução destaca ainda a manifestação de uma empresa como representante majoritária da produção nacional de cilindros, que deverá ser a principal beneficiada no processo.
Conforme a avaliação do Sindirepa – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio de Janeiro -, apesar da dificuldade de se prever o valor exato de aumento para o consumidor final, os impactos vão afetar outros setores da economia. “O GNV é o segundo maior consumo de gás natural no estado do Rio de Janeiro. Medidas que afastem a instalação de novos kits na frota de veículos diminuem o potencial de consumo de gás e repercutem em toda a cadeia de valor. As oficinas que tinham expectativa de uma aceleração no ritmo das atividades podem adiar ainda mais a recontratação de trabalhadores” avalia Celso Mattos, presidente do Sindirepa.
Atuando de forma enérgica, o Sindirepa considera que a sua atuação junto à análise do GECEX evitou uma decisão mais prejudicial ao mercado, por parte do Comitê Executivo. Porém, o sindicato continuará trabalhando para um adiamento da data de entrada em vigor para não comprometer os processos de compra já em andamento, garantindo a segurança jurídica das empresas que promoveram as importações dos kits GNV.
Por outro lado, a barreira a importação pode se configurar como uma oportunidade para fabricação nacional para outras empresas no médio-longo prazo. No curto prazo, cabe entender os preços praticados no mercado. Como não cabe recurso no processo, segundo o Sindirepa, o momento é de apurar as dimensões dos impactos e avaliar as medidas cabíveis em prol da competitividade e de mais benefícios para a sociedade com a ampliação do uso do GNV.