Setor de infraestrutura gera oportunidades para a iniciativa privada, mas é preciso tornar o investimento atraente, diz CEO do Itaú

CEO do Banco Itaú falando em evento na CNI


“Se não houver perspectiva de retorno, não se conseguirá recursos. Tendo retorno, sempre haverá investidores” – Roberto Setubal

Demonstrando otimismo em relação ao governo do presidente Michel Temer, o CEO do

Banco Itaú

, Roberto Setubal, afirmou que o setor de

infraestrutura

gera inúmeras oportunidades para a iniciativa privada. Ele ponderou, no entanto, que os investimentos só acontecerão diante de expectativas reais de retorno financeiro. “Se não houver perspectiva de retorno, não se conseguirá recursos. Tendo retorno, sempre haverá investidores”, disse. Setubal participou nesta terça-feira (8) do

Seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil

, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (

CNI

) em parceria com o jornal

Valor Econômico

.

“O importante é tornar o

investimento

atraente, para isso é preciso haver confiança. Para um investimento de longo prazo, isso é absolutamente essencial”, completou. O CEO do Itaú demonstrou apoio à PEC 241, aprovada pela Câmara, que limita os gastos do governo. Segundo Setubal, trata-se de uma “ideia brilhante” por criar uma expectativa de longo prazo para o setor público, que, conforme ele, tem sido sempre um dos principais focos de instabilidade no país.

CEO do Bank Of America, Alexandre Bettamio, em evento na CNI


“O Brasil, com esse novo governo, passou a ser um mercado altamente atraente de capital” – Alexandre Bettamio

Para o CEO do

Bank Of America

, Alexandre Bettamio, um dos caminhos para a maior participação privada nas obras estruturantes do país seria a emissão de debêntures de infraestrutura com isenção tributária. Para ele, diante do atual cenário, espera-se a redução da taxa básica de juros nos próximos anos, o que estimulará o

financiamento

privado da infraestrutura.

“Ninguém quer correr esse risco de construção. O Brasil, com esse novo governo, passou a ser um mercado altamente atraente de

capital

. O retorno brasileiro comparado com o do mercado europeu tem uma diferença descomunal. Quem vai colocar dinheiro na Europa com a saída da Grã Bretanha da União Europeia?”

Já a CEO do

Citibank

na América Latina, Jane Fraser, grupos internacionais só injetarão dinheiro em grandes projetos de infraestrutura se notarem

estabilidade

e riscos baixos. “Os investidores não gostam de riscos de construção, gostam de fluxos de capitais bastante estáveis. A parte mais importante é criar um mercado de capital e o mercado monetário a longo prazo”, sugeriu.

CEO do Citibank, Jane Fraser, em evento na CNI


“Os investidores não gostam de riscos de construção, gostam de fluxos de capitais bastante estáveis” – Jane Fraser


INVESTIMENTOS DO BNDES –

Também participante do Painel “Como financiar a infraestrutura”, a presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (

BNDES

), Maria Silvia Bastos, afirmou que o financiamento da infraestrutura é a prioridade da instituição. Segundo ela, a infraestrutura é um componente fundamental para todos os setores da economia por gerar

competitividade

para os produtos nacionais. “Quando se fala em infraestrutura, logo vem a nossa mente o BNDES. Infraestrutura é uma prioridade do banco”, frisou.

Ela observou que o BNDES será um importante parceiro do

Programa de Parcerias em Investimentos (PPI)

, iniciativa do governo que permitirá maior

participação privada

nos aportes de capital e na gestão de empreendimentos. Maria Silvia destacou que, dentro do pacote do PPI, ficará a cargo do BNDES os editais de leilão da

Celg

(companhia de energia de Goiás), marcado para 30 de novembro, e de outras seis distribuidoras que serão repassadas à iniciativa privada.

Segundo ela, também ficará sob a responsabilidade do BNDES o processo de venda da Lotex (loterias instantânea da Caixa) e os programas de concessão na área de

saneamento

. “O objetivo é universalizar a distribuição de água e coleta e distribuição de esgoto. Temos uma posição vergonhosa no Brasil. Num ranking de 200 países, ocupamos a 112ª posição em saneamento”, apontou.

Por Diego Abreu

Fotos: Miguel Ângelo

Da

Agência CNI de Notícias

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